quarta-feira, 2 de junho de 2010

Povo Xavante



15 de março de 2008 — Dança após a corrida de toras. Aldeia São Felipe, Reserva Parabubure, Mato Grosso, Brasil

POVO
XAVANTE
Localização: Serra do Roncador e pelos vales dos rios das Mortes, Culuene, Couto de Magalhães, Botovi e Garças: Mato Grosso
Língua:
População: No Estado: 9.602 pessoas, habitando mais de 70 aldeias nas oito áreas que constituem seu território atual.
Os Xavante são um povo forte e orgulhoso, guerreiro. Entre si, se identificam como a’uwe ou a’uwe uptabi (“gente de verdade”). A a sociedade Xavante é dualista: há a divisão da tribo inteira em dois clãs – âwawẽ e po'reza'õno. O casamento é permitido somente entre membros de clãs opostos. Na cultura Xavante há longos e complexos ritos de iniciação para meninos, culminando na cerimônia de furar a orelha .Os Xavante também tem as corridas, onde os dois clãs competem em revezamento, carregando por alguns kilômetros troncos de buriti que pesam até 80 kilogramas. Uma aldeia tradicional é construída com as casas em forma de ferradura de cavalo, com o lado aberto para o rio. O domínio da mulher é a casa, cujo abertura sempre dá para o centro da aldeia. O domínio do homem é o lugar de reuniões no centro da aldeia, onde são tomadas todas as decisões importantes no conselho diário dos homens.
Conto xavante
Antigamente os índios Xavante não conheciam o fogo. O segredo do fogo ficava escondido em uma árvore de jatobá e só o avô-onça o conhecia. Os índios armaram um plano para roubar o fogo. Dois índios foram na frente, pegaram o tronco em brasas e saíram correndo. Gritaram: "arh ! arh! köe, köe, Kóe !". E assim surgiu o grito da corrida de toras.O avô-onça ficou bravo e decidiu que a partir daquele dia não teria mais dó de ninguém.Os corredores iam revezando a lenha em brasa de ombro em ombro, como na corrida de toras. Cada corredor transformava-se num animal, conforme o tipo de terreno em que corria. As crianças que iam correndo atrás pegavam as brasas, enfeitavam o corpo e iam virando passarinhos. Depois da corrida, chegaram com o fogo na aldeia. Lá um velho recebeu o fogo e o distribuiu para todos da aldeia.Assim surgiu o fogo, assim os meninos viraram passarinho, assim os Xavante viraram animais, e os que sobraram são os Xavante de hoje.

- Wamrêmé Za'ra - Nossa Palavra: Mito e História do povo Xavante / contado por Sereburã e outros velhos da aldeia Pimentel Barbosa, e traduzido por Paulo Supretaprá Xavante e Jurandir Siridiwê Xavante; 1998

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