domingo, 31 de outubro de 2010

Como Estudar

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Povo Xavante



15 de março de 2008 — Dança após a corrida de toras. Aldeia São Felipe, Reserva Parabubure, Mato Grosso, Brasil

POVO
XAVANTE
Localização: Serra do Roncador e pelos vales dos rios das Mortes, Culuene, Couto de Magalhães, Botovi e Garças: Mato Grosso
Língua:
População: No Estado: 9.602 pessoas, habitando mais de 70 aldeias nas oito áreas que constituem seu território atual.
Os Xavante são um povo forte e orgulhoso, guerreiro. Entre si, se identificam como a’uwe ou a’uwe uptabi (“gente de verdade”). A a sociedade Xavante é dualista: há a divisão da tribo inteira em dois clãs – âwawẽ e po'reza'õno. O casamento é permitido somente entre membros de clãs opostos. Na cultura Xavante há longos e complexos ritos de iniciação para meninos, culminando na cerimônia de furar a orelha .Os Xavante também tem as corridas, onde os dois clãs competem em revezamento, carregando por alguns kilômetros troncos de buriti que pesam até 80 kilogramas. Uma aldeia tradicional é construída com as casas em forma de ferradura de cavalo, com o lado aberto para o rio. O domínio da mulher é a casa, cujo abertura sempre dá para o centro da aldeia. O domínio do homem é o lugar de reuniões no centro da aldeia, onde são tomadas todas as decisões importantes no conselho diário dos homens.
Conto xavante
Antigamente os índios Xavante não conheciam o fogo. O segredo do fogo ficava escondido em uma árvore de jatobá e só o avô-onça o conhecia. Os índios armaram um plano para roubar o fogo. Dois índios foram na frente, pegaram o tronco em brasas e saíram correndo. Gritaram: "arh ! arh! köe, köe, Kóe !". E assim surgiu o grito da corrida de toras.O avô-onça ficou bravo e decidiu que a partir daquele dia não teria mais dó de ninguém.Os corredores iam revezando a lenha em brasa de ombro em ombro, como na corrida de toras. Cada corredor transformava-se num animal, conforme o tipo de terreno em que corria. As crianças que iam correndo atrás pegavam as brasas, enfeitavam o corpo e iam virando passarinhos. Depois da corrida, chegaram com o fogo na aldeia. Lá um velho recebeu o fogo e o distribuiu para todos da aldeia.Assim surgiu o fogo, assim os meninos viraram passarinho, assim os Xavante viraram animais, e os que sobraram são os Xavante de hoje.

- Wamrêmé Za'ra - Nossa Palavra: Mito e História do povo Xavante / contado por Sereburã e outros velhos da aldeia Pimentel Barbosa, e traduzido por Paulo Supretaprá Xavante e Jurandir Siridiwê Xavante; 1998


Povo Atikum- TI Atikum
Município:Carnaubeira da Penha
População: 16.290,00 59
Localização:Terra Indígena: Atikum (Alto do Umã, Olho d'Água do Padre, Casa de Telha, Jatobá, Samambaia, Sabonete, Lagoa Cercada, Oiticica, Areia dos Pedros, Serra da Lagoinha, Jacaré, Bom Jesus, Baixão, Estreito, Mulungu, Boa Vista e Angico (dados de 1998)
Os "caboclos da Serra do Umã", do sertão de Pernambuco, aprenderam a dançar o toré com seus vizinhos Tuxá. No início dos anos 40, procuraram o Serviço de Proteção aos Índios, dando início ao processo de seu reconhecimento oficial como grupo indígena. Os Atikum tem um saber denominado por eles de "ciência do índio", que é secreta. Têm um "regime de índio". É preciso que os membros do grupo sejam "regimados no toré"- "comunidade indígena de Atikum-Umã". (cf: Grünewald, 1993). Consideram-se índios aqueles que participam da tradição do toré, sendo, preferencialmente "regimados" na mesma, detendo a "ciência do índio", aqui entendida como um corpo de saberes dinâmicos sobre o qual se fundamenta o "segredo da tribo" (cf: Grünewald, 1993).
Em toda essa tradição ritual, destaca-se também como elemento fundamental a jurema (Mimosa hostilis Benth) - planta sagrada que, de domínio exclusivamente indígena, promove também uma separação entre índios e brancos, embora seu uso seja comum também a outros complexos rituais do sertão nordestino, como o catimbó, por exemplo. Os Atikum utilizam a casca da raiz da jurema macerada e misturada com água como bebida sagrada ("anjucá") que representa o sangue de Jesus e é consumida principalmente durante seus rituais (torés públicos ou privados, estes divididos em trabalhos de gentio, terreiro e ouricuri), quando os índios entram em contato pela via da possessão - com os "encantos de luz".
Fontes:Conselho Missionário Indigenista ( CIMI) /www.cimi.org.br
Instituto Sócio Ambiental (ISA) http://pib.socioambiental.org/pt/povo/atikum/160
Rodrigo de Azeredo Grünewald: Antropólogo. Professor associado da Unidade Acadêmica de Ciências Sociais - Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)

Povo Wassu Cocal



Povo Wassu-Cocal.
Localização: Terra Indígena: Cocal
Categoria: TI Situacao Jurídica Atual: HOMOLOGADA. REG CRI E SPU. (19/04/2007)
Documento: Decreto s/n. data de publicação: 20/04/2007 Extensão da área(ha): 2.744
Estado: ALAGOAS Municípios: Novo Lino, Matriz de Camaragibe, Joaquim Gomes, Colonia Leopoldina.
Língua: Português

Marco Histórico

Em 1854, o Diretor Geral dos Índios em relatório da Província solicitou empréstimo para demarcar as terras indígenas, como tentativa de controlar as invasões. Em 1982, foi criado o posto indígena Cocal. Em 1983, a terra foi declarada, pelo Decreto nº 93.331, de 02.10.86, e demarcada pela FUNAI, com superfície de 2.758 ha. Homologada pelo Decreto nº 392, de 24.12.91, os mesmos dados da demarcação. Registrada no CRI da Comarca de Passo de Camaragibe e no SPU/AL em 1988.Os Wassu tem um cacique, um pajé e um conselho tribal com 12 pessoas. O tore faz parte da sua tradição, os encantos, os remédios do mato lambedores, raízes e sementes de cura, os chás, fazem parte da vida do povo.

Toré
Vamos, vamos, vamos-nos embora
Com Deus ne frente e Nossa Senhora
Vamos, vamos , vamos-nos embora
Com Deus na frente e Nossa Senhora
Alimpa os caminhos pros meus caboquinhos
Faz eles passarem nas ordens de Deus
Vamos, vamos, vamos-nos embora
com Jesus Cristoe Nossa Senhora
Com Deus na frente e Nossa Senhora.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Dia do ÍNDIO...Comemorar o que?


Trecho do Texto "Expectativas do Movimento Indígena no Cenário Atual" de Gersem Baniwa
www.abant.org.br/conteudo/.../Expectativas.doc




"Por outro lado, existem evidências suficientes para a afirmação de que no tocante aos direitos indígenas não há nada a comemorar nos últimos quatro anos. O número de terras indígenas regularizadas foi inferior á média dos anos anteriores. Essa diferença aumenta geometricamente se for considerada a extensão total regularizada e o número de Grupos de Trabalho (GT) constituídos para a identificação de terras, os primeiros passos para a instauração do processo de regularização. Além disso, ocorreu um retrocesso no processo de inclusão de novas terras reivindicadas por povos indígenas remanescentes ou “ressurgidos” na lista oficial da FUNAI, resultante da negação de reconhecimento desses povos e consequentemente de seus territórios. Como conseqüência desse quadro, houve ampliação do número e graus de conflito envolvendo lideranças indígenas e invasores de terras indígenas, expressas por meio do aumento de índios assassinados nos últimos anos. No âmbito da saúde, os modelos de Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DISEIs) foram empurrados a um estado de caos generalizado, afetando seriamente a qualidade de saúde e de vida dos povos indígenas constantemente denunciados pela imprensa, tendo como expressão mais forte os casos de morte de crianças indígenas no Mato Grosso do Sul e o caos do Vale do Javari no Amazonas. A causa principal desse caos é a partidarização da gestão da saúde indígena e dos DISEIs. Na educação escolar indígena, se não ocorreu retrocessos tampouco houve mudança substantiva na qualidade dos serviços e das políticas. As escolas continuam com sérios problemas no tocante a infra-estrutura, material didático precário, merenda escolar que não chega às aldeias apesar dos recursos existirem e contratação precária de professores indígenas. O fato mais grave encontra-se na ausência de políticas públicas permanentes com financiamento adequado de ações para melhorar a qualidade da educação escolar indígena principalmente quanto á formação de professores indígenas, expansão urgente e de qualidade do ensino médio nas aldeias e de acesso e permanência de estudantes indígenas no ensino superior. A principal causa desse quadro é o fracasso do prometido regime de colaboração que não funciona e ninguém assume responsabilidade pelos problemas. "
Vamos debater esse tema?

sábado, 24 de abril de 2010

CHEGANÇA



Chegança
Antonio Nóbrega
Composição: Antonio Nóbrega

Sou Pataxó,
sou Xavante e Cariri,
Ianonami, sou Tupi
Guarani, sou Carajá.
Sou Pancararu,
Carijó, Tupinajé,
Potiguar, sou Caeté,
Ful-ni-o, Tupinambá.

Depois que os mares dividiram os continentes
quis ver terras diferentes.
Eu pensei: "vou procurar
um mundo novo,
lá depois do horizonte,
levo a rede balançante
pra no sol me espreguiçar".

eu atraquei
num porto muito seguro,
céu azul, paz e ar puro...
botei as pernas pro ar.
Logo sonhei
que estava no paraíso,
onde nem era preciso
dormir para se sonhar.

Mas de repente
me acordei com a surpresa:
uma esquadra portuguesa
veio na praia atracar.
De grande-nau,
um branco de barba escura,
vestindo uma armadura
me apontou pra me pegar.

E assustado
dei um pulo da rede,
pressenti a fome, a sede,
eu pensei: "vão me acabar".
me levantei de borduna já na mão.
Ai, senti no coração,
o Brasil vai começar.

Aqui na UnB, já são 20 etnias representadas: Atikum,Wapichana,Fulni-Ô, Pataxó,Potiguara,Macuxi,Baré, Karipuna,Jeripankó,Pankará,Munduruku,
Bororo,Kaimbé,Tupinikim,Piratapuia,Xavante,Tukano,Wassu,Katokim,Desana.
Esses guerreiros e guerreiras estão sim, fazendo história. Uma história diferente da que conhecemos, do mundo etnocentrico contruido pelo colonizador.E que é preciso contar publicamente, da verdadeira história dos indígenas: a luta, a generosidade, a resistencia, a alegria, a solidariedade, o jeito de ser, o bem viver, a força,a paciência, a tristeza, o esforço, o canto, a dança, as comidas típicas, o amor aos animais, a tradição, o respito, o sagrado. E além do mais, o compromisso do bem estar coletivo.Porque, como dizia Paulo Freire: Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão.

Mas qual é a história de cada um desses povos? Onde se localizam suas comunidades de origem, qual a situação de suas terras, quais são suas tradições? Como é a situação da educação, da saúde, do saneamento básico, da moradia, do trabalho? Que caminhos esses estudantes trilharam para estar aqui hoje?

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Entrega do Projeto de construção da Maloca




A Maloca é o Projeto de Construção do Centro de Convivência Indígena na UnB. Mais do que uma construção dentro do Campus Darcy Ribeiro, é um projeto de futuro dos estudantes indígenas da Unb, que tem um significado simbólico maior do que marcar a presença indígena na Universidade de Brasília. Será um espaço concreto de se construir novas relações de poder, novas posturas, revitalizar crenças, fortalecer a atitude de respeitar as diferenças, valorizar a diversidade e trocar saberes.